Suicídio: o que é preciso saber
A cada 40 segundos uma pessoa no mundo morre em decorrência de suicídio (Organização Mundial da Saúde - OMS). Segundo o boletim epidemiológico do ministério da saúde no Brasil ( BEMS) , a taxa de mortalidade por este motivo aumentou 7% nos últimos 6 anos e é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, ficando atrás apenas dos falecimentos por acidentes e violência. A taxa de mortalidade entre homens é 3,6 vezes maior do que em mulheres, sendo mais prevalente no grupo de idosos com mais de 70 anos (8,9%). Quando analisado a situação conjugal os óbitos por suicídio são mais frequentes em pessoas solteiras, viúvas ou divorciadas (60,4%). Apesar desses índices alarmantes podemos notar uma dificuldade social em abordar abertamente o tema, como se ao fazê-lo houvesse um afloramento no desejo de autoagressão. A falha na divulgação de informações básicas tais como: sintomas e tratamentos necessários dificultam a busca por cuidados especializados que são tão necessários e podem salvar uma vida.
Existe uma diferença entre pensamento, tentativa e ato consumado. O pensamento pode vir não como um desejo de morte, mas sim de fuga ou eliminação do sofrimento, percebido como insuportável. A tentativa ocorre quando, após planejamento ou não há um ato intencional de acabar com a vida porém fatores como: falha na execução, desistência ou socorro médico eficaz, impedem a concretização do objetivo. A consumação do ato acontece quando a intenção de autoagressão junto com a ação alcançam o objetivo esperado resultando na morte.
Cerca de 96,8% dos casos de morte por suicídio estão relacionados a transtornos mentais (BEMS) mas, também podem ocorrer após eventos estressores, uso de certos medicamentos, cujo efeito colateral induzam a depressão ou um período de tempo vivendo sozinho, como fatores de risco podemos citar alguns exemplos como: perda de emprego ou de uma pessoa muito próxima, divórcio, diagnóstico de doença grave ou crônica, experiência de guerra ou desastre natural, alguma vivência traumática seja na infância ou vida adulta, depressão, ansiedade, transtorno bipolar, aids, esclerose múltipla, epilepsia do lobo temporal, esquizofrenia entre outros.
Os métodos mais comuns utilizados para cometer suicídio são: Superdosagem de medicamentos, auto envenenamento e intoxicação 57,6% (mais frequente em mulheres), disparo por arma de fogo ou objetos cortantes (6,5%) e enforcamento 5,8% (comuns em homens, ações mais agressivas e definitivas), pular de grande altura e cortar-se. Seja qual for o método utilizado, nos casos em que a pessoa sobrevive há uma grande chance da ação resultar numa lesão grave. Sendo importante ressaltar que atualmente o suicídio já é considerado um problema de saúde mental associada a fatores psicológicos anteriores, interpretado como um pedido de socorro ou um desejo de fuga, portanto toda ameaça ou tentativa deve ser levada a sério, já que a procura de ajuda pode prevenir ações mais graves e permanentes.
Na maioria dos casos as pessoas deixam sinais claros portanto é preciso ficar atento. Frases relacionadas ao desejo de desaparecer, dormir para sempre, ir embora e não mais voltar evidenciam um sofrimento psíquico. Distúrbios do sono, transtornos alimentares, descaso com a higiene e nos cuidados pessoais, transtorno de ansiedade, isolamento social, falta de esperança, apatia, pessimismo e desinteresse com o futuro são outros sinais importantes, podendo ser apresentado apenas alguns desses sintomas ou todos eles.
Ao identificar comportamentos como os citados acima, a família e os amigos precisam ficar em alerta e tomar medidas de prevenção como por exemplo: Encaminhar a pessoa para avaliação e acompanhamento psiquiátrico e psicológico, mobilizar uma rede de apoio entre a família e os amigos para que haja um monitoramento mais próximo e frequente. A restrição no uso de álcool e drogas também é necessária, pois podem agravar os sintomas.
Em caso de necessidade o CVV (centro de valorização da vida) realiza escuta sob total sigilo, 24 horas por dia, todos os dias na semana através do número 188. Também há programas do governo de orientação e aconselhamento aos familiares e a pessoa que sofre com este desejo de por fim a vida, vale ressaltar que a intervenção de profissionais especializados é indispensável e precisa ser iniciada o mais breve possível.
Fontes consultadas:
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