Envelhecimento saudável, um desafio social.

27/09/2019

    Segundo dados do IBGE entre 2012 e 2017 o numero de idosos no Brasil saltou de 25,4 milhões para 30,2 milhões. Em 6 anos o aumento da população com 65 anos ou mais cresceu 26%. Conforme estimativas, até 2043 um quarto dos brasileiros terá mais de 60 anos, a partir de 2047 o aumento na expectativa de vida e uma redução significativa na taxa de fecundidade contribuirá para o processo de envelhecimento populacional. Aproximadamente em 2055 o número de idosos até 60 anos poderá superar o de pessoas com idade até 29 anos.

    Em relação ao perfil dos idosos conforme pesquisa realizada pela Mosaic Brasil, metade são de classe média e usufruem de boas condições de vida, aproveitando o tempo livre para estudar, voltar a trabalhar ou realizar atividades de lazer. Em 2013 a cada 4 idosos ao menos 1 participava de alguma atividade social, 73,2% se enxerga como mais jovem que sua real idade, encarando a velhice com mais disposição, rejeitando as nomenclaturas relacionadas a terceira idade (IBGE), além disso 17,3% possuem alguma limitação funcional para realizar atividades comuns do cotidiano (PNS).

    Podemos notar um problema no que diz respeito a falta de planejamento para a velhice, é comum entre os mais jovens a ilusão de que a terceira idade está longe de chegar, e com isso não há um planejamento adequado para o futuro. Segundo dados levantados, apenas 11% da população declararam fazer economia para o futuro, contra uma média global de 21%. Quanto ao estado muitas falhas ocorrem no que diz respeito ao cuidado que essa população deve receber, é necessário que as leis que tutelam o idoso passem a ser efetivas para que haja um acolhimento verdadeiro, humano e digno, pois o que estamos vivendo é um crescimento significativo de idosos em asilos e albergues públicos sem nenhuma renda para se manterem sozinhos e sem o apoio de qualquer familiar.

    O envelhecimento populacional representa ao país uma redução na força produtiva e uma elevação nos custos assistenciais porém o mais agravante está relacionado ao enfraquecimento dos laços familiares, atualmente pode-se notar uma redução na disponibilidade das famílias para cuidar e apoiar seus idosos, isso precisa ser revisto por cada um de nós, afinal o desamparo cresce mais que própria expectativa de vida.

   Considerando os dados acima, nota-se a importância de darmos atenção as pessoas nessa fase da vida, a falta de preparação social impede que os idosos recebam a atenção e cuidados necessários, o que impossibilita um envelhecimento saudável seja no que diz respeito a saúde física ou mental.

  Diante das dificuldades mencionadas, logo vem a pergunta: É possível ter um envelhecimento saudável? A resposta é sim, quando se trata do corpo podemos destacar a importância de se ter uma boa alimentação, prática regular de atividade física, boa rotina de sono e bons cuidados com a pele. No que diz respeito a saúde psíquica podemos mencionar a necessidade de se realizar atividades positivas e estar frequentemente em convívio social, obtendo uma rede de apoio que poderá se fazer presente sempre que necessário. Ter animais de estimação também é uma possibilidade que deve ser considerada caso haja condições de se estabelecer uma rotina no cuidado de um animal, pois ele pode auxiliar em diversos aspectos principalmente no que se refere ao idoso não se sentir sozinho e estabelecer relações de afeto frequente.

    A baixa expectativa do futuro é algo natural na terceira idade, principalmente porque a balança de perdas e ganhos costuma se desequilibrar. Para conseguir ter uma saúde emocional é importante que o idoso encontre novos significados para o momento que está vivendo uma vez que: doenças crônicas decorrentes da velhice, viuvez, isolamento social, perda de um ente querido, apatia, negativismo, pobreza, visão pessimista, falta de assistência médica, dificuldade de acesso a serviços de saúde, descaso social e afastamento familiar podem influenciar no surgimento de quadros depressivos.

   Os sintomas de depressão em idosos é diferente dos sintomas padrões, geralmente apresentam frequentes dores físicas, dificuldades em se alimentar corretamente, problemas no sono, angustia mantendo-se cada vez mais quietos. Entre os brasileiros a depressão é mais comum na faixa de 60 a 64 anos. Por não estarem muito dispostos a falar sobre seus sentimentos, realizar o diagnóstico não é nada fácil então o envolvimento de um especialista pode fazer toda a diferença nos cuidados, visto que quanto antes se faz o diagnóstico maior é a possibilidade de um cuidado adequado e de recuperação dos idosos que terão a oportunidade de vivenciar um envelhecimento mais tranquilo, saudável e possivelmente mais feliz.


Fontes consultadas:

Recuperado de: istoe.com.br/o-abandono-dos-idosos-no-brasil/ em 23 de Setembro de 2019.

Recuperado de: agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/24036-idosos-indicam-caminhos-para-uma-melhor-idade em 23 de Setembro de 2019.

Recuperado de: www.hospitalsaocamilosp.org.br/sua-saude-agradece/5-passos-para-ter-um-envelhecimento-saudávelem 23 de Setembro de 2019.

Recuperado de: www.nestlehealthscience.com.br/cuidados-com-a-saude/envelhecimento/quatro-aliados-para-um-envelhecimento-saudavel em 24 de Setembro de 2019.

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Recuperado de: emais.estadao.com.br/noticias/bem-estar,depressao-em-idosos-pouco-recorrente-mas-de-forte-impacto-social,70002692925 em 24 de Setembro de 2019.